Cosmologia pentecostal frente a vivências de lazer

Cosmologia pentecostal frente a vivências de lazer

 

POR UMA JUVENTUDE SANTA: Tensões da cosmologia pentecostal frente às vivências populares de lazer no Brasil[1]

 

Waldney de Souza Rodrigues Costa*

 

Resumo: Esta comunicação visa sublinhar algumas características da cosmologia pentecostal, problematizando o posicionamento dos pentecostais frente às formas mais comuns de lazer no Brasil. Analisando estatutos e regimentos internos da Igreja Evangélica Preparatória, Congregação Cristã do Brasil e Igreja Pentecostal Deus é Amor, pretende-se compreender como algumas vertentes do movimento pentecostal repudiaram vivências populares de lazer, criando uma visão negativa sobre estas atividades e gerando tabus comportamentais para sua juventude. Após esta análise, será feita uma pesquisa em fascículos da revista Expressão Jovem produzida pela Igreja Pentecostal Deus é Amor, em que podem ser encontradas homilias de pessoas responsáveis por doutrinar os membros jovens e adolescentes desta igreja e depoimentos da própria juventude sobre as formas de lazer. Analisando estes discursos, busca-se compreender como as doutrinas que confrontam a cultura popular brasileira são ensinadas aos jovens e a forma como são assimiladas por eles. Ao que parece, quando este imaginário pentecostal sobre o lazer brasileiro é assimilado pelos jovens, eles passam a se ver como “santos” em oposição a seus pares que não confessam as mesmas crenças, favorecendo a identificação do lazer como interdito.

 

Palavras-chave: Jovens. Pentecostalismo. Lazer. Cultura popular.

 

INTRODUÇÃO

Neste texto problematiza-se o posicionamento dos pentecostais frente às formas mais comuns de lazer no Brasil, sublinhando algumas características da visão de mundo pentecostal. Antes de tratar dos problemas que o percorrem, tais como cosmologia e imaginário, é preciso fazer algumas observações sobre como o lazer será pensado neste texto, visto que é um termo utilizado de muitas formas diferentes. A base da discussão será a definição de lazer como “uma dimensão da cultura caracterizada pela vivência lúdica de manifestações culturais no tempo/espaço social” [2] (GOMES; ELIZALDE, 2012, p. 30).

Esta definição empregada tecnicamente por si só não dá cabo a dificuldade de precisão quanto ao uso do termo. Não sendo aqui o melhor espaço para discutir as possíveis definições de lazer[3], a sugestão é que neste texto se leia lazer como diversão. A opção pelo uso do termo lazer é uma forma de evocar com ele os avanços de uma área de conhecimento relativamente recente, conhecida no Brasil como Estudos do Lazer. É também um meio de demonstrar que além da diversão, o objeto desse estudo também pode abranger descanso e desenvolvimento desinteressado, como propôs Dumazedier (1973), ao se referir às possíveis funções do lazer.

Então porque a sugestão de ler lazer como diversão? Por que além de ser a diversão um dos termos mais evocados no senso comum (MARCELLINO, 2006, p.13), o que pode facilitar a leitura, é também, dentre as funções supracitadas, a que mais torna latentes as tensões que aqui serão descritas. Sintetizando, em termos genéricos, mas que não dão conta de todas as possibilidades de interpretação da análise que será apresentada, o que se fará a seguir é uma discussão sobre o posicionamento de pentecostais diante das formas mais comuns dos brasileiros se divertirem.

O assunto será tratado tendo por base pesquisa bibliográfica, mas também será utilizada pesquisa documental em estatutos e regimentos internos de algumas igrejas pentecostais, visando exemplificar as tensões da cosmologia pentecostal frente ao lazer. Em um segundo momento, será feita análise de alguns fascículos da revista Expressão Jovem, produzida pela Igreja Pentecostal Deus é Amor, para compreender como as doutrinas que confrontam a cultura popular brasileira são ensinadas aos jovens e a forma como são assimiladas por eles. Esta proposta é a que segue.

 

1 AS TENSÕES CRIADAS PELA COSMOLOGIA PENTECOSTAL

Muitas transformações acontecem no campo religioso brasileiro desde o período colonial, mas através dos levantamentos censitários é que estas mudanças se tornaram mais plausíveis, ainda que eles sejam passíveis de análises críticas. Freston, a despeito dos censos religiosos não se apresentarem totalmente confiáveis por uma série de questões que não cabe aqui discutir, considera que estas “estimativas são dados sociológicos mais do que estatísticos” (FRESTON, 1993, p. 27). Por este prisma, diante do fato de que, em números censitários, o IBGE anunciou com o censo de 2010 um crescimento de mais de 60% dos protestantes em relação ao de 2000, o mais importante é notar como os levantamentos recentes indicam um forte crescimento da identificação protestante no campo.

Nesse crescimento do número de pessoas que se identificam com o protestantismo, a ala pentecostal foi a que mais se destacou. Bitencourt Filho (1998) estimou que os pentecostais fossem cerca de 70% dos protestantes, agora denominados evangélicos, como se convencionou popularmente chamá-los. Hoje, sendo “um fenômeno popular e nacional em rápida expansão” (FRESTON, 1993, p. 31), esta cifra pode ser ainda maior. Clara Mafra (2009), a partir de um estudo de caso, destaca como aspectos que favoreceram a conversão e adesão ao pentecostalismo, o seu caráter proselitista, sua capacidade sincrética e também o desgaste cultural identificado em algumas regiões do Brasil.

A explicação que tem sido mais utilizada para entender a expansão pentecostal no Brasil é a fornecida por Freston (1993) ao separar o pentecostalismo em ondas. Seguindo esta interpretação, a primeira onda pentecostal se refere aos primórdios do pentecostalismo no início do século XX, caracterizado por igrejas que surgiram através de investidas do protestantismo missionário e de cismas com algumas vertentes protestantes anteriores. Trata-se de igrejas como a Assembleia de Deus que enfatizava em seu carisma a figura do Espírito Santo e o dom da glossolalia (falar em línguas), além de manter um padrão de austeridade para com a cultura brasileira.

Acompanhando a tese de Freston, o pentecostalismo de segunda onda, também chamado deuteropentecostalismo (MARIANO, 1999), surgiu do emergir de outras vertentes no campo religioso brasileiro que adotaram alguns posicionamentos diferentes em relação à postura pentecostal que as precedeu. Trata-se de igrejas como a Deus é Amor e a do Evangelho Quadrangular (antes conhecida como Cruzada Nacional de Evangelização) cujo dom espiritual carismático enfatizado já não era a glossolalia e sim o dom de cura, por isso também são chamadas de movimentos de cura divina. Emergindo aproximadamente quarenta anos após a primeira onda, esta foi uma fase de muitas cisões entre as igrejas pentecostais.

É importante ressalvar que o corte entre estas duas primeiras ondas é feito pelo critério histórico institucional, “mas não pela existência de diferenças teológicas significativas entre ambas” (MARIANO, 1999, p. 32). A segunda onda mantém o núcleo teológico da anterior, apesar de variar a ênfase doutrinária e as estratégias de evangelismo, sendo que os líderes destas igrejas do segundo momento eram reconhecidos pelo uso do rádio e pela postura mais irreverente em suas pregações, o que atraía as camadas populares.

Como a postura teológica das primeiras ondas do pentecostalismo no Brasil não variou significativamente é possível pensar em uma cosmologia pentecostal comum. Smiderle, tentando compreender a forma dos pentecostais se comportarem em âmbito político a partir da especificidade de sua visão de mundo, constatou que:

 

o ator evangélico pentecostalizado brasileiro tende a afirmar sua identidade em praticamente todos os contextos: é porque a visão pentecostal lhe proporciona a percepção de um mundo novamente sistêmico, onde não têm lugar as fragmentações de papéis, palcos e contextos próprias da modernidade — pelo menos não na mesma medida preconizada pelos ditames modernos. (SMIDERLE, 2011, p.90).

Esta constatação se revela útil para pensar não só o comportamento dos evangélicos em vários contextos, mas também o que imaginam deles. Sanchis, ao descrever o que chamou de “repto pentecostal à cultura católico-brasileira”, destaca que o pentecostalismo traz consigo uma nova dimensão ética moral que induz uma transformação cultural “na relação com a família, a vida profissional e o trabalho, o corpo, o sexo, o uso do tempo e o preenchimento das horas de lazer, o álcool, a aparência física etc.” (SANCHIS, 1996, p. 57).

Esta ênfase na identidade religiosa que provoca uma ruptura com a cultura popular brasileira é uma dimensão extremamente forte na cosmologia pentecostal. Sanchis explica a experiência pentecostal como “marcada por uma alegria profunda de fonte e raiz interior” (ibid. p.61), qual sempre é evocada para contrabalancear um aspecto anti-hedonista e até mesmo antilúdico que adquirem. Desta forma, a cosmologia pentecostal dá origem a um imaginário[4] sobre algumas práticas de lazer comuns no Brasil, vislumbrando-as como uma espécie de mal. Algumas igrejas pentecostais, caracterizadas pela lógica própria das igrejas das duas primeiras ondas, repudiaram vivências populares[5] de lazer, criando uma visão negativa sobre estas, através de proibições que geram tabus comportamentais. São igrejas como a Congregação Cristã do Brasil (CCB), a Igreja Evangélica Preparatória (IEP) e a Igreja Pentecostal Deus é Amor (IPDA) [6], que aqui serão apresentadas como exemplo.

  Estas igrejas podem representar bem o campo religioso pentecostal. A CCB é uma igreja historicamente locada na primeira onda, a IPDA na segunda e a IEP uma igreja pentecostal relativamente jovem em relação às outras, surgida em 1989 no interior de Minas Gerais, mas que mantém em seus ensinamentos o mesmo padrão ascético característico das primeiras ondas pentecostais. Em algumas igrejas, tais proibições são ensinadas verbalmente ou através de uma espécie de acordo tácito, o que desfavorece uma apreensão das tensões. Mas as denominações escolhidas adotam um tipo específico de documento doutrinário que facilita a exposição. Aqui está sendo chamado de regimento interno (RI), embora algumas igrejas utilizem a nomenclatura de regulamento interno ou tópicos e ensinamentos.

Existem motivos para que se crie esse tipo de documento. No regimento interno da IEP, o pastor Marco Antônio Mendes, fundador da igreja, demonstra preocupação em aplicar a disciplina independente de quanto é o dízimo que a pessoa a ser disciplinada entrega à igreja. Para explicar a necessidade do documento, ele afirma que “Deus nos deu o REGIMENTO INTERNO, para que possamos nos disciplinar, independente da origem social, todos são iguais perante o R. I., sem distinção de pessoas.” [grifo original] (IGREJA EVANGÉLICA PREPARATÓRIA, 2005, P.5). Será tratado mais adiante do que se trata uma disciplina. Por hora, o importante é perceber que, para aplicá-la, surge na igreja a necessidade da criação de um documento que a justifique e normatize sua aplicação. Nele são descritos preceitos que refletem a cosmologia daqueles que o criaram. Por isso, a análise deste tipo de documento torna possível a explanação geral das tensões que aqui se pretende expor.

 

2 LAZER LEVADO A SÉRIO EM DOCUMENTOS DE IGREJAS

Privilegia-se nesta exposição a IPDA por ser a que possui a documentação mais sistematizada. A pessoa que se decide filiar a esta igreja, receberá, após um rito de batismo por imersão em água, a sua credencial de membro, que é uma espécie de identidade com a qual se comprova fazer parte do rol de membros da instituição. Este documento se torna de suma importância para ela. Nele, haverá anotações sobre quantos jejuns[7] o fiel realizou no ano, sua frequência em cultos de doutrina[8] e alguma advertência, caso receba. Sendo assim, é relevante o fato de que na própria credencial, esteja o regulamento interno da igreja, no qual existem normas comportamentais que devem ser seguidas rigorosamente pelos membros. Algumas dessas normas estabelecem uma forte tensão com atividades de lazer.

No regulamento interno (R. I.) da IPDA há a descrição de algumas condutas como pecados. Elas são consideradas práticas que distanciam o homem de Deus e causam um mau testemunho[9], por isso são passíveis de disciplina, sendo que, em todos os casos, para obreiros, que são aqueles que exercem alguma função na igreja, este período é aplicado pelo dobro do tempo aplicado aos membros comuns. Disciplina é a advertência aplicada a membros e obreiros. Consiste em:

 

[...] um período de acompanhamento em cultos de doutrina, orações quatro vezes por semana, vigílias [10] uma vez por semana e campanha sete dias seguidos a cada mês. Durante a disciplina, o membro ficará temporariamente sem participar da santa ceia. [11] (IGREJA PENTECOSTAL DEUS É AMOR, 2012, p. 34).

Sendo a disciplina um ato coercitivo da instituição sobre os seus membros, cada proibição é seguida de passagens bíblicas que são inscritas com o intuito de justificá-lo. Dentre as práticas consideradas pecado, tem-se a “participação em bailes, festas, danceterias, boates, carnaval, cinema, circo e coisas semelhantes”. (IGREJA PENTECOSTAL DEUS É AMOR, 2012, p. 36). Para estas práticas o período de disciplina é de dez meses para os obreiros, sendo que “para aqueles que forem, mas não participarem e ficarem apenas assistindo, a disciplina será a metade do tempo”. (ibid.). Uma das passagens bíblicas que é utilizada de respaldo para esta proibição é “Não ameis o mundo nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele.” (BIBLIA, I Jo 2:15). Nota-se que o texto sagrado é interpretado de forma a identificar estas práticas de lazer como opostas a Deus.

Proibições semelhantes podem ser encontradas em outra seção do regulamento, a de santificação. Para a conquista da salvação, considera-se necessária a santificação do corpo, da mente e do espírito. Interpreta-se que algumas restrições são necessárias para que “o membro possa preservar a sua integridade cristã e se prevenir de todos os tipos de situações que venham causar danos e também para se desviar de toda a aparência do mal[12].” (IGREJA PENTECOSTAL DEUS É AMOR, 2012, p. 39). Tais restrições também são passíveis de disciplina. Para os casos que serão apresentados, o período disciplinar é fixado em cento e vinte dias para os obreiros e a sessenta para os membros. A descrição é igualmente acompanhada de versículos do texto bíblico interpretados de forma a atestar a visão veiculada. Destaca-se algumas que vão de encontro ao lazer.

Há três restrições muito rígidas. Uma é quanto à praia e piscina pública, pois “não é permitido frequentar estes locais, mesmo vestindo trajes normais, pois há nudismo e seminudismo nestes lugares.” (ibid. p.41). Outra proibição é quanto a jogos, em que “não se permite participar de jogos de qualquer espécie, tais como: futebol, baralho, dominó, loterias, jogo do bicho, rifas e quaisquer tipos de jogos de azar.” (ibid. p.41). A outra restrição é bem característica destas igrejas. É quanto ao uso de televisores e videocassetes.

 

Pessoas que possuírem estes aparelhos em suas casas não poderão ser membros ou obreiros, exceto quanto os mesmos pertencerem ao cônjuge não crente ou aos filhos maiores de 14 anos. Também não é permitido instalar dispositivos em computadores para sintonizar canais ou programas de TV. [e também]. Pessoas que assistirem a programas de TV ou filmes mundanos de videocassete, em DVD e em arquivos eletrônicos tais como MPG ou AVI. (Ibid. p. 41).

Há uma observação quanto a este último ponto de que “é permitido ter filmadora ou projetor, desde que não se assista em videocassete. Somente é permitido filmar e reproduzir imagens não pecaminosas e que não contrariem a sã doutrina.” (ibid. p. 41). É possível deduzir desta observação que, um membro da igreja pode filmar, mas não pode reproduzir o conteúdo de sua filmagem em TV, mas apenas no computador. É um interessante exemplo de como é o suporte ou aparelho (TV) por si só que é malvisto, e não o conteúdo transmitido.

Uma restrição mais branda é quanto ao uso de rádio, internet, CDs, MP3 e etc. Era de se esperar este abrandamento, pois, como já foi dito de início, um dos traços característicos do deuteropentecostalismo é o uso do rádio para a evangelização. Mas quanto a este “não é permitido ouvir programas mundanos.” (ibid. p. 41). Esta declaração demonstra um repúdio diferente daquele empregado à TV. Visto que a IPDA também possui sites de divulgação e cantores que gravam CDS e MP3, neste caso, não é o suporte (rádio, CD, MP3) que é considerado um mal, mas um tipo de conteúdo que ele pode vir a veicular.

Gomes e Pinto, através de uma pesquisa com especialistas na temática do lazer, apresentam como principais identidades do lazer que permeiam o imaginário social brasileiro, o futebol, o carnaval, as danças, músicas, as festas populares, o samba, os esportes, TV, internet, a praia, os jogos e brincadeiras, o turismo, o cinema, a capoeira, os espetáculos, entre outros. Muitos destes elementos equivalem às mesmas práticas proibidas pela igreja. Então, se pode deduzir que parece haver no imaginário pentecostal uma representação negativa de boa parte das vivências populares de lazer no Brasil. Mas como se dá esta negativação?

Na documentação da IEP existem muitas proibições similares às que já foram relatadas, tornando irrelevante sua exposição, mas na segunda edição do regimento interno desta igreja, há uma fala de seu fundador que é digna de nota, pois pode demonstrar como a negativação parece operar em dois sentidos. Ele diz:

Hoje podemos ver a decadência das denominações [...] todos têm o rádio dentro de sua própria casa. Logo depois veio a televisão, foi muito polêmica, as denominações também liberaram e ainda fazem parte de quotas no meio da sociedade com este aparelho imoral. (verdadeira escola de satanás). (sic) (IGREJA EVANGÉLICA PREPARATÓRIA, 1998, p. 14).

Esta fala aponta novamente para a representação de um aparelho que possibilita uma vivência de lazer como algo ruim em si mesmo, mas surge um novo elemento. A televisão é tida como um espaço de atuação de satanás. Isso parece fazer interface com uma espécie de teologia da batalha espiritual. O aparelho é negativado por que é entendido por si só como algo ruim e também por que é visto como espaço propício aos demônios.

Há outro elemento digno de atenção que pode ser percebido nos documentos da CCB. Esta igreja está na mesma situação das duas denominações já citadas, mas sua normatização é realizada em um formato diferente. A diretoria realiza anualmente uma assembleia em que é formulado um documento com os preceitos a serem ensinados aos membros. Documento que funciona da mesma forma que um regimento interno. Desta forma, há um estatuto preestabelecido, mas a documentação doutrinária aumenta a cada ano, surgindo novas questões. A reunião deste ano (2013) ocorreu em São Paulo no mês de março. Segue os dois primeiros tópicos formulados na reunião:

1. LEITURAS PERNICIOSAS

É sabido que nos dias atuais existem livros de caráter perverso os quais despertam em seus leitores a prática imoral. Há no mundo uma forte tendência para a leitura desses livros cuja prática estende-se não somente à mocidade como também aos demais adultos. Exortamos a cara irmandade a que se abstenham dessas leituras que são perniciosas as quais corrompem os bons costumes alcançados pela sã doutrina da Palavra de Deus.

2. ANIVERSÁRIOS E FESTAS – MÚSICAS PROFANAS E FANTASIAS.

No mundo é moda atual haver festas onde as pessoas se fantasiam e, ao som de músicas profanas e até imorais, com o consumo de bebidas alcoólicas, adentram-se até à madrugada. Exortamos à nossa mocidade, com também à toda irmandade, a não frequentarem essas festas, que não são convenientes ao povo de Deus. (TÓPICOS, 2013, s/p)[13].

As proibições seguem o padrão das que já foram expostas, mas a forma como os tópicos foram escritos evidencia que aqueles que os criaram têm consciência que as práticas proibidas são mais características da juventude, por isso se preocupam em destacar que não estão se referindo somente à mocidade. Não se pode negar que as proibições realmente atingem primeiramente os jovens e é aí que surge o problema mais relevante a ser tratado aqui: como estas tensões são transmitidas e assimiladas pelos jovens destas igrejas? Para tratá-lo, serão analisados a seguir, fascículos da revista Expressão Jovem da IPDA, em que podem ser encontradas homilias de pessoas responsáveis por doutrinar os membros jovens e adolescentes desta igreja, além de depoimentos da própria juventude sobre as formas de lazer.

Antes disso, é importante problematizar o alcance dessas obrigações, pois existem diferentes formas de se posicionar diante delas. Em geral, se aplicam a membros e obreiros, o que torna possível que alguém se torne um assíduo frequentador dos cultos da igreja, sem se obrigar às proibições, aceitando o fato de não se tornar um membro ou obreiro da igreja. Mas também não se pode esquecer da possibilidade de que, na convivência com crentes pertencentes a igrejas com este perfil, um evangélico, ainda que membro que uma igreja de costumes menos rígidos, venha a adotar padrões comportamentais semelhantes, a fim de resguardar a sua identidade como o que acredita ser um autêntico cristão.

 

3      A EXPRESSÃO JOVEM DAS TENSÕES FRENTE AO LAZER

De tudo o que já foi dito pode-se concluir que nos documentos destas igrejas existem restrições às principais vivências de lazer que permeiam o imaginário social brasileiro. Tais restrições se diferenciam ora ao suporte, ora ao conteúdo, mas em geral, criam uma dicotomia bem/mal a respeitos das vivências. E pode-se dizer também que há uma atenção especial à juventude. Na revista Expressão Jovem há vários reflexos deste quadro que acaba de ser descrito. Em um de seus números, há um artigo sobre Nova Era com a seguinte sentença: “Existem alguns grandes campos de atuação diabólica que os inimigos de Deus investem mais. Três que todos os crentes devem ter especial atenção são: Música [...]; Literatura [...]; Entretenimento Infantil [...]” (EXPRESSÃO JOVEM, 2008, p. 15).

Esta fala demonstra que a homilia utilizada para com os jovens faz com que a interface com a batalha espiritual se torne mais latente do que nos documentos da igreja. Se no regimento falava-se em evitar algumas práticas por serem consideradas pecaminosas, agora se tem a interpretação de que existem alguns inimigos de Deus que procuram atuar sobre a vida do crente e esta atuação se dá exatamente em vivências de lazer.

Além da homilia, torna-se relevante atentar para os testemunhos[14] contidos nos fascículos da revista. No testemunho de um jovem há a seguinte fala:

 

por ser roqueiro, eu não perdia um show, desde que tivesse dinheiro para a entrada. E para mim era o máximo. Porém, ao findar o evento, sempre ficava aquele gosto de “quero mais” e a volta para casa era aquela coisa vazia. Como se a alegria estivesse ficado lá no show. (EXPRESSÃO JOVEM, 2007, p. 17)

Tal fala, juntamente com outras na mesma perspectiva, inclusive o título dado ao testemunho (O show... O vazio...), demonstra a identificação de algumas práticas como vazias de sentido. Como se fossem falsas alegrias. Se por um lado, como bem observou Sanchis (2006, p. 61), o pentecostal toma a sua experiência religiosa como fonte de uma alegria profunda, por outro, algumas vivências de lazer são interpretadas como dotadas de uma alegria inautêntica, que não se compara à alegria da salvação[15].

Em outro fascículo da revista, um jovem testemunha o seguinte:

 

Em pouco tempo, caí em um caso de possessão que durou doze dias, nos quais fiquei em transe e nesse transe via para onde o meu estilo de vida, todos os roqueiros e seus seguidores iriam: para o inferno. (EXPRESSÃO JOVEM, 2008, p. 24).

Neste caso, surge outra representação do que sejam as vivências de lazer. Interpreta-se que as pessoas que frequentam espaços de lazer como shows de rock estão debaixo de uma condenação espiritual. Fadados à perdição, cairão no inferno. A esta altura, já foi possível perceber que os testemunhos tornam bem latentes a cosmologia pentecostal e, por conseguinte, o imaginário sobre lazer. No seguinte há ainda mais elementos relevantes:

 

O diabo continuava a trabalhar e a trançar suas teias [...] comecei a conhecer o São Paulo Futebol Clube [..] Em 1995, fiz minha 1ª ficha em uma torcida organizada e fui sendo enlaçado cada dia mais. [...] Por um tempo esqueci o meu time e comecei a seguir a moda daquele momento: os bailes tecnos. [...] Com um tempo e o Diabo trabalhando, voltei aos campos de futebol e, agora, a situação era ainda mais catastrófica: talvez estava sendo conduzido por mais legiões de demônios oriundos daqueles bailes. (EXPRESSÃO JOVEM, 2010, p. 6)

Chama a atenção agora a construção da imagem de que existem demônios habitando espaços típicos de lazer. Com estas representação pode-se perceber que a tensão criada nada tem a ver com a dicotomia sagrado/profano, nos moldes durkheiminianos (cf DURKHEIM, 2000), mas sim com outra, de uma interpretação e resultados diferentes: a distinção entre bem e mal. Se as proibições visam resguardar os fiéis de um mal decorrente de algumas práticas, uma vez que devem se portar como puros servos de Deus, através delas, cria-se um imaginário sobre o que não se pode fazer, de forma a sacralizar tal vivência negativamente.

Gebara descreveu algumas restrições aparentemente semelhantes ao pesquisar a Coleção de leis da Província de São Paulo, apontando a proibição de atividades de lazer, “quando nelas participassem escravos” (GEBARA, 1997, p.74). Mas diferente das proibições descritas por este historiador, a fonte da restrição ao lazer pelas igrejas, como foi exemplificado no caso da IPDA, não está no indivíduo que a pratica, mas na própria prática em si. O crente não deve se afastar destas formas de lazer somente porque ele não possa ou não deva participar, para se apresentar como diferente “do mundo”, mas também porque elas mesmas são tidas como fonte do mal. No imaginário pentecostal, elas representam sinal de pecado e perdição, por isso devem ser evitadas. Participar delas significa abrir brecha[16] para que coisas ruins aconteçam. É ter uma falsa alegria que pode levar à perdição e ainda coabitar com demônios. Neste sentido, ser santo para o jovem destas igrejas não é só estar separado do mundo, mas também escolher um lado em uma batalha espiritual. Logo, ao buscarem converter à sua fé os jovens envolvidos nestas vivências de lazer, esta “juventude santa” se vê atacando o território inimigo (estes espaços de lazer) a fim de retirar pessoas de lá e trazer para seu território (a igreja).

 

CONCLUSÃO

Sobre o que foi dito até aqui, é importante relevar o fato de que nem todas as igrejas evangélicas pentecostais se portam da mesma maneira diante das formas de lazer. É o caso das igrejas da terceira onda do pentecostalismo é a que veio a ser chamada de neopentecostal, cuja denominação que mais expoente é a Igreja Universal do Reino de Deus. Ao descrever o neopentecostalismo como um novo modo de ser pentecostal, Mariano (1998) descreve várias características pentecostais seguidas da expressão “isso mudou” para enfatizar que existem rupturas significativas deste fenômeno para com o pentecostalismo precedente. Dentre estas mudanças está uma abertura maior a vivências de lazer coibidas pelas igrejas das duas primeiras ondas.

Neste caso, a pergunta que fica no ar é sobre o que acontece com o imaginário. É possível alegar que mesmo com algumas práticas sendo liberadas, o imaginário não desaparece, é apenas reinterpretado. O que pode ser constatado no advento do fenômeno gospel que, como relatou Cunha (2004), é dotado de muitas ambiguidades e hibridismos. Todavia, este é um assunto a ser mais bem explorado em outra pesquisa, devido ao caráter sintético deste trabalho. O que se pode dizer é que dicotomias como evangélico/mundano e gospel/secular possivelmente derivem desta dicotomia bem/mal que foi exposta. E neste sentido, secular não é o mesmo que profano, no sentido de não sagrado. Uma vez que na cosmologia pentecostal, a realidade é um todo integrado, totalmente sacralizado, secular ou mundano é aquilo que está sacralizado negativamente. Um espaço de atuação do mal.

Existe ainda outra limitação na análise aqui apresentada. O exame foi realizado com base em pesquisa bibliográfica e documental e como tal não abriu a possibilidade de explorar em profundidade como estas relações se configuram empiricamente. Logo, se torna latente a necessidade de pesquisa de campo que ajude a compreender como algumas das questões aqui apresentadas se resolvem na prática, apresentando as estratégias dos evangélicos entre as tensões da cosmologia pentecostal, o imaginário sobre o lazer e os avanços da modernidade.

Por hora, o que se pode concluir é que, ao que parece, o posicionamento de algumas denominações evangélicas diante das formas mais comuns dos brasileiros se divertirem dá origem a um imaginário sobre lazer que é assimilado de forma a tomar algumas destas vivências como vazias de sentido, caminhos para a perdição e campos de atuação demoníaca. Com esta exposição não se quer afirmar que membros destas igrejas não tenham lazer. É óbvio que os membros destas igrejas possuem espaços de lazer e sociabilidade que frequentam. A título de exemplo têm-se os congressos de jovens que geralmente são motivo de excursões e outros meios de lazer semelhantes. (EXPRESSÃO JOVEM, 2009, p. 22). Mas com este artigo se quis chamar a atenção para o fato de que existem tensões criadas pela cosmologia pentecostal em relação a tipos de lazer que são muito comuns no Brasil e que o imaginário criado sobre o que seja lazer norteia a forma como as pessoas escolhem suas vivências desse tipo.

Este dado é extremamente relevante para os estudos do lazer, pois é comum entre os estudiosos do tema a compreensão do lazer em uma dialética muito intensa com o trabalho. A despeito disso, tem-se um autêntico caso em que a religião é um fator muito mais importante na variação das formas de vivência do tempo/espaço cultural de lazer do que o trabalho profissional. Falsa alegria, caminho para o inferno e casa de satanás são representações que compõem o imaginário pentecostal sobre lazer. Ao que parece, quando este imaginário é assimilado pelos jovens destas igrejas, eles passam a se ver como “santos” em oposição a seus pares que não confessam as mesmas crenças, favorecendo a identificação do lazer como interdito. As proibições então são feitas e aceitas como que em prol de uma juventude santa, em que santo não só significa estar separado, mas também representa um lado escolhido em uma batalha espiritual.

 

REFERÊNCIAS

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[1] Trabalho apresentado no 26º Congresso Internacional SOTER em agosto de 2013.

* Mestrando em Ciência da Religião pela Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF, desenvolvendo pesquisa com bolsa financiada pela CAPES. E-mail: dnney@ibest.com.br

[2] A definição de lazer criada por Dumazedier (1973, p.34) é a mais empregada na literatura acadêmica brasileira. Contudo, mesmo sem desmerecer as contribuições deste sociólogo francês para a discussão sobre o assunto, relendo as críticas apontadas por Faleiros (1980), Marcellino (1987) e Gomes (2008), é possível perceber que tal definição não é a mais adequada para a discussão que se fará neste texto.

[3] Há uma discussão sobre cinco diferentes visões a respeito do lazer em outro trabalho (COSTA, 2013).

[4] Imaginário é entendido aqui como um conjunto de representações do que se pensa ser alguma coisa.

[5] A categoria popular entendida como aquilo que é mais vivenciado pela população em geral.

[6] A partir deste ponto, as igrejas serão identificadas pelas respectivas siglas.

[7] Esta é uma pratica comum na igreja. A pessoa geralmente passa o período da manhã sem comer nada, podendo apenas escovar os dentes. Acredita-se que com isso o fiel estará não só santificando o seu corpo, como também o oferecendo em sacrifício a Deus em prol de alguma benção.

[8] São reuniões especiais em que se apresentam as normas e proibições da Igreja.

[9] “Mau testemunho” é a expressão utilizada para categorizar uma conduta que pode envergonhar o nome da igreja e consequentemente o nome de Deus. É comum os membros dessas igrejas afirmarem que neopentecostais “dão mau testemunho” pela conduta menos ascética com que se portam.

[10] Consistem em reuniões em que os fiéis passam a madrugada inteira em longos períodos de oração.

[11] É uma reunião especial em que há um momento em que são distribuídos pão e vinho para os fiéis. No caso da IPDA acontece todo primeiro domingo do mês. Participar deste momento é um sinal de comunhão com Deus. Não participar é não ter acesso a esses elementos neste momento do culto. Representa um sinal de fraqueza, e para alguns, equivale à excomunhão católica.

[12] “Aparência do mal” é uma expressão utilizada para caracterizar uma conduta que, apesar de não ser necessariamente um “pecado”, possa ser interpretado como tal.

[13] Os tópicos e ensinamentos geralmente são imediatamente comunicados no site oficial da igreja, mas como este site está fora do ar, eles foram colhidos no blog de um membro da igreja. Em comparação com outros blogs como este, não foi verificada divergência alguma na redação do documento.

[14] Testemunho é o depoimento do crente sobre o seu processo de conversão ou sobre algo que acredita que Deus tenha realizado em sua vida.

[15] Esta é uma expressão típica dos pentecostais para se referir ao um tipo específico de alegria em oposição à alegria obtida por quaisquer outros meios não espirituais.

[16] É uma expressão comum no meio pentecostal que significa dar permissão de forma não intencional.